Rituais do Casamento Pataxó
Antes da cerimônia de casamento de um casal da Tribo Pataxó no Sul da Bahia, o pajé deve benzer com bastante incenso e ervas todo o Quijeme (oca onde é realizada a cerimônia) para purificar as almas, espantar os maus espíritos e fortalecer a união entre os casais.
Nada de terno, vestido branco, véu ou grinalda, os pataxós vestem roupas e usam acessórios tradicionais do seu povo. Ao invés de maquiagem industrualizada, são feitas pinturas no rosto e por todo o corpo a partir de elementos naturais como o urucum, argila, jenipapo ou açafrão.
O cortejo que dá início a cerimônia começa com a chegada das “Jokanas” (noivas), e em seguida chegam os “Kakiçús“, que são os noivos. Os noivos devem carregar uma tora de madeira com o peso equivalente ao da futura esposa para demonstrar a sua força e capacidade de manter a família que construirá.
No lugar da marcha nupcial, todos os presentes cantam cânticos e músicas típicas, e grande parte da cerimônia de casamento é celebrada na língua típica do povo Pataxó, o “patxorã” que significa “linguagem de guerreiro”. O cacique pede aos ancestrais proteção e benção, e os noivos também dizem o “sim” em patxorã.
Após os votos, os noivos trocam as alianças, os cocás e compartilham o cauim, uma bebida feita da fermentação da mandioca. Feito tudo isso, o noivos encerram com um beijo.